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Vista da exposição
Vista da exposição
Vista da exposição
Vista da exposição
Vista da exposição
Vista da exposição
Paulo Pasta, Pequi, 2007
Paulo Pasta, Sem título, 2007
Paulo Pasta, Sem título, 2007
Paulo Pasta, Sem Título, 2007
Paulo Pasta, Luzeiro, 2007
Paulo Pasta, O repouso do nada, 2007

Press Release

A recente produção do artista (2007) ocupa as duas salas da Galeria Millan, com trabalhos inéditos – à exceção de uma pintura sobre tela exposta naquela mostra que foi a gênese mais próxima das obras atuais: importante conexão, já que diz respeito a um trabalho “fruto de estudo metódico e vivido”, nas palavras de Brito.

Serão nove telas no andar térreo e uma reunião de pinturas sobre papel no mezanino: cinco em grande formato e dez pequenas. Apesar de guardar ainda um sentimento introspectivo e ao mesmo tempo um convívio afetivo e reflexivo com Volpi e Morandi, as pinturas de Paulo Pasta transformam-se num espaço mais descentralizado. Segundo Ronaldo Brito, “a tela que vinha vindo, de dentro, envolta em certa aura, trazendo consigo a vivência do passado a autenticá-la, chega agora quase de golpe à superfície”. Na fluidez desta nova mobilidade, os mesmos elementos já explorados nos trabalhos anteriores – cruzes e vigas – adquirem maior desenvoltura: “transformam-se em agentes da geometria incerta do mundo da vida”, explica.

A atualidade simultaneamente firme e fugidia destas pinturas opera pela essência de um raciocínio cromático peculiar. “As cores aproximam-se e evitam-se” (...), escreve Brito, “elas asseguram sua identidade quase por contágio umas com as outras (...) Quando não conseguimos defini-los, os tons então se distinguem”. Ausentando-se a lógica de contrastes ou gradações, a pintura ganha uma mobilidade aberta, consciente da dinâmica do mundo – capaz de usufruir da gravidade ao fixar de pronto o olhar observador em torno de seu eixo vertical e ainda assim escapar-lhe da completa apreensão.

Novamente nas palavras de Ronaldo Brito, em seu ensaio Educação pela Tinta: “dessas telas que não desmentem sua vocação introspectiva, um senso de permanência lírico, resultam também seres plásticos inquietos, imitam em abstrato as contingências da vida”.