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Vista da exposição
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Press Release

Como costuma dizer o crítico Agnaldo Farias, Emmanuel Nassar é o poeta do precário. “Nassar sempre chamou atenção pela delicadeza e interesse com que se volta ao que há de banal e humilde no mundo”. Questionando os limites do erudito e do popular, o vocabulário plástico do artista alimenta-se das soluções improvisadas do povo brasileiro, especialmente de sua terra natal, o Pará. Sensível, sua obra ensina como atravessar a cortina do preconceito para que o olhar consiga alcançar a beleza, a magia e o tom lúdico que brota da imaginação criativa do fazer popular.

Nesta exposição na Galeria Millan, o artista paraense faz uma referência-homenagem ao mestre Alexander Calder, acrescentando uma versão brasileira aos Móbiles e Estabiles do escultor norte-americano: o Instabile. Essa instalação inédita traz para a tridimensionalidade as suas pinturas de fundo negro, que puderam ser vistas na grande exposição Emmanuel Nassar - Poesia da Gambiarra, realizada em 2003, no CCBB do Rio, e, em 2004, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. “Agora, em Instabile, o fundo negro não é apenas uma ilusão de profundidade”, explica.

Com as paredes forradas de tinta preta, a sua instalação atravessa o espaço aéreo da galeria por um sistema de articuladas estruturas que se mantêm  suspensas por 4 barras de ferro pintadas, presas com parafusos e sustentadas, de fato, por tirante de aço com  roldanas nas paredes, construindo um sinuoso caminho. Esse percurso de frágil equilíbrio começa por um “E” de seu nome, em ferro, e termina numa espécie de aterramento da letra “N”, de seu sobrenome, oculto, cavado no chão da galeria. A questão da tensão dos opostos é recorrente em sua produção, assim como atribuir vários significados às iniciais de seu nome.

Em sua obra, recentemente, tem usado chapas metálicas recolhidas em sucatas, apropriando-se, e às vezes interferindo em restos de letreiros e propaganda que se juntam em infinitas combinações. “Seu olhar, repleto de humor, descobre o mundo colorido dos subúrbios de Belém, traduz a poesia dos pedaços de flandres da decoração dos parques de diversões mambembes, e constata a curiosa semelhança que certos elementos populares têm com a  geometria sensível”, observa a crítica Denise Mattar.